Você compraria uma obra de arte sabendo que ela é uma cópia? Mesmo sendo uma reprodução fiel da obra original? O reprodutor dessa arte, também não é um artista? O que difere ele do criador, não seria apenas a criatividade? Nas relações humanas, existe a original e a cópia?
Ontem fui na pré-estréia do filme Cópia Fiel, que rendeu o prêmio de Cannes de melhor atriz à Juliette Binoche. Um filme que acedito que não fará parte do circuito Cinemark. Não é um filme fácil, tampouco óbvio. Dá margem a muitas interpretações, dependendo da perspectiva do expectador. Aliás, isso é o que eu mais gosto nos filmes não convencionais: as discussões pós filme.
Cópia Fiel trata da história de um escritor inglês, James Miller (William Shimell) que está na Toscana, Itália, para lançar um livro em que discute o valor da cópia de obras de arte. Uma galerista francesa, Elle (Juliette Binoche) sob pretexto de pedir autógrafos, arranja um encontro com James.
Mas o filme trata muito mais do que isso, porque durante o encontro estas duas pessoas travam um diálogo em que você não tem a certeza se eles são um casal ou estão brincando de ser. Se já se conhecem e estão revivendo uma história, ou simplesmente não se conhecem e se propuseram a fazer uma cópia fiel de muitos relacionamentos em crise que vemos por aí.
O diretor iraniano Abbas Kiarostami, dentro de toda esta trama divertida, às vezes cansativa, talvez confusa e quem sabe um pouco esquizofrênica, mostra que sabe o que está fazendo. Especialmente quando os atores olham diretamente para a câmera, ou no momento em que estão dirigindo pela estrada, momento em que você se sente parte da cena. Li certa vez que Abbas prefere optar por não atores para interpretar seus papéis, aredito que por isso a escolha do barítono William Shimell para o papel de James Miller. Por outro lado, sua escolha acertada em Juliette para o papel, traz mais realidade aos momentos. Ela não parece interpretar e faz com que o expectador compartilhe os sentimentos expostos.
Como se não bastasse tudo isso, os diálogos em italiano, inglês e francês tornam tudo mais curioso e instigante. Além das locações incríveis que me fez desejar uma passagem para Itália saindo do cinema!
Independente do casal em questão ser original ou um cópia. Ele perde o valor por isso? Uma cópia tem menos valor do que algo original? Por quê?
Um filme para ver e rever. Cinema como há algum tempo eu não via.
Cinema - Cópia Fiel
quinta-feira, 17 de março de 2011
às
15:13
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2 comentários:
Parece interessante!
Bjs, Tati
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Parece ser um filme muito bom, hein, Tha. Já anotei. Valeu!!!!
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